2ª PARTE DA ENTREVISTA COM JADER SOM

Semana passada, publicamos a primeira parte de entrevista com o publicitário e radialista Jader Som que falou um pouco de si e da profissão. Pretendíamos concluir a entrevista hoje, mas devido a Jader ser um comunicador e uma pessoa de conversa agradável e com muito assunto, se fosse postar toda a conversa, levaria três meses postando a entrevista, mas compactamos a entrevista e ficou dividida em três blocos.  Neste 2º bloco, Jader falará sobre os 25 anos de experiência na coordenação publicitária de diversas campanhas políticas e semana que vem concluiremos a entrevista. 

Jader, você sempre é visto trabalhando em campanhas eleitorais, como você entrou no meio político?

            A política é minha cachaça. Comecei a trabalhar em campanha eleitoral em 1986, quando o amigo Manuel Cosme (Neco) me convidou para ser o locutor da campanha vitoriosa de Harlanzinho (Harlan Gadelha Filho) para deputado federal, relutei, mas o amigo Paulo balinha me incentivou e acabei aceitando.

               Neste período, andei com Dr Arraes pela Mata Norte e a foto que tirei com ele foi em um comício em Condado. Foi um prazer em ter a oportunidade de conviver com uma pessoa que transmitia uma áurea de sinceridade.

Jader, você se lembra do primeiro trabalho na política?

            Perfeitamente, fui convocado para ser o locutor de um comício na rua Poço do Rei. Estava muito nervoso e para ficar mais tranqüilo, tomei 2 quartinhos de Dreher, 1 chopinho (hoje equivalente a cerveja Long Nec), mel e limão. Daí começou minha vida na política.

Jader, nestes 25 anos de participação em campanhas eleitorais, com quais políticos você trabalhou?

            Harlan Gadelha Filho, Inocêncio Oliveira, Osvaldo Rabelo, Osvaldinho, João Bosco, Beto Gadelha, Manoel Botafogo (prefeito de Carpina), Nino (ex-prefeito de Nazaré da Mata), Paulinho (ex-prefeito de Condado), Déo Fenelon, Fred Gadelha Jr, Henrique Fenelon, Edval Soares, Luciano Moura (ex-deputado estadual), Renildo Calheiros (hoje prefeito de Olinda), Edval Soares e José Manoel. A maioria das candidaturas em que trabalhei, segui a aos pedidos do amigo Paulo Balinha.

         

Jader, você tem carros de propaganda, qual foi seu primeiro carro de som?

            Foi em 1992, trabalhei na campanha de José Manoel (pai de Jaquitan) para prefeito de Goiana e após a eleição, mesmo não sendo eleito, José Manoel cumpriu um acordo que havia feito comigo antes da eleição e me deu o meu primeiro carro de som (uma Kombi), que na época o um carro de som era muito caro.

Jader, dos políticos que você trabalhou, quem você poderia afirmar como um grande político?

            O deputado Inocêncio Oliveira, no qual existem algumas pessoas mal intencionas que tentam arranhar a imagem dele. Em 2002, tive a honra de trabalhar para ele em Goiana e descobri que Dr. Inocêncio é um homem trabalhador, de ensinamentos e de caráter. Hoje posso afirmar eu pensava que sabia de política, mas com ele aprendi que cada dia aprendo mais de política. Para mim é o político mais sério que conheci.

Jader, os publicitários que trabalham em política ver muitas situações engraçadas, você poderia contar uma ou algumas?

            Em 1986, em um comício em Tejucupapo/Goiana, um dos oradores decidiu tirar a prótese dentária (conhecida como chapa de dente) cheia de saliva, para falar ao microfone e me deu para segurar, prontamente passei para o outro orador que estava ao meu lado, daí a prótese dentária passou na mão de todos no palanque.

            Em Condado, estava conversando com um candidato a prefeito, quando chegou uma eleitora desesperada, contando que o candidato adversário havia contratado um pai de santo e que iria ganhar. Prontamente o candidato que estava comigo respondeu que a eleitora poderia ficar tranqüila, por que havia contratado uma mãe de santo mais forte ainda. Na verdade nem um dos candidatos havia contratado ninguém.

            Um determinado candidato em um município da Mata Norte não conseguia falar a palavra cimento, falava sumento. Os adversários o debochavam nos comícios. Ele como defesa passou a falar nos comícios que ele falava sumento mais pagava, enquanto o adversário falava a palavra correta, mas não pagava.

Jader, nesses trabalhos realizados em diversos municípios, qual o lugar mais complicado em fazer política?

            Condado ganha de dez a zero para Goiana e qualquer outro lugar em que trabalhei, na matéria de fuxico, intrigas e mentiras, Condado é o município campeão. Só acredito que uma pessoa tenha conhecimento de política se passar um período eleitoral em Condado!

Jader, na charge feita pelo querido cartunista Pedro Marques, publicado no jornal A Província, mostra o prefeito atual em um barco afundando e você chamando as pessoas que estavam abandonando o barco. O que você tem a dizer?

         Na eleição suplementar de 2006, apoiei Henrique, no qual eu achava que iria ser o melhor prefeito da Mata Norte e tinha uma experiência de trinta anos na vida pública. Quando a charge foi postada, eu havia entregado a Henrique o cargo que tinha na prefeitura e por coincidência o prefeito não estava bem nas pesquisas.

Jader, como você ver a política hoje em Goiana?

            Acredito que será uma campanha muito acirrada e uma das mais caras de Pernambuco, vai ser a maior de todos os tempos em Goiana. Acontecerá uma intervenção dos grandes caciques da política estadual.

Jader, na sua visão, quem serão os candidatos a prefeito de Goiana em 2012?

            Quem hoje se apresenta como candidato poderá não ser e outro que hoje não é candidato poderá ser! Quem conhece a política em Goiana sabe o que estou falando.

Jader, alguma lição na política goianense?

            Em 1988, o então candidato a prefeito de Goiana Antônio Nelson era o líder absoluto nas pesquisas, de Barra Catuama a sede, com apoio de muita gente do mundo político e empresarial, mas terminou a eleição em 3º lugar. Situação parecida aconteceu com Déo Fenelon nas eleições de 1996, que na campanha para prefeito de Goiana começou líder e terminou em 3° lugar também. A grande lição que aprendi é que nunca se deve contar vitória antes do tempo.